Leonor

Devagar com este andor, Leonor
Casamento é muito caro
Sou compositor, cantor, também sou autor
Falo mais de flôr do que dor, Leonor
Mas não sou Roberto Carlos (quem me dera)
Não tenho carro de boi, Leonor
Nem outro tipo de carro
Meu cachê é um horror, Leonor
Não sobra nem pro cigarro
Não tenho nem gravador, Leonor
Meu São Benedito é de barro
Meu menu é feijão com arroz
Que divido com mais dois
Quando não falta trabalho
Viver somente de amor, Leonor
É tão lindo quanto precário
Tem que morar de favor, Leonor
Lá no bairro do Calvário
O que eu tinha de valor, Leonor
Dois gatos três agasalhos
Cachecol de lã, gibis do Tarzam
Gibis de terror, cobertor
Quatro jogos de baralho
Um macacão furta-cor, Leonor
Uma colcha de retalhos
O que não está no penhor, Leonor
Foi pra casa do Carvalho
Devagar com este andor...

Itamar Assumpção

Olha, está eu indico na voz do próprio Itamar Assumpção, ou na voz da Zélia Duncam... Sensacional...

Vaso

Você, me ajude!!! ALGUÉM, ESCUTE!!!
Como um vaso que está sendo quebrado pelo oleiro e sendo refeito pedaço por pedaço, cada espaço sendo preenchido vagorosamente, cores sendo reagrupadas, texturas ganhando forma. Desde a base refinada e cautelosamente, até a borda... Dói!!!
Causa um silêncio, solidão...
Quem se atreve a entender??
Me lava a alma, me leva embora, me seca lágrimas.
Mais aumenta a necessidade, maior é a prisão da expressão do sentimento, como quem ora sem palavras, pois não sabe o que dizer. Cada duro engolir de saliva, significa cada palavra que falta.
Tem que ser forte? Tem que ser um? Tem que ser?